segunda-feira, abril 11, 2005

Fénix

Só para dizer que este ano não me está a correr nada bem. Tenho a vida cheia de nós, e todos por culpa minha, o que ainda é pior. Caminhos mal escolhidos, que só levam a outros mais por percorrer, sem nunca chegar ao destino. Já vai parecendo uma bola de neve, que só vai ganhando peso e força, sem perspectivas de parar. O que nos resta quando o desespero começa a assolar? Quando deixamos de ver a luz ao fundo do túnel? Quando deixamos de ter forças para aguentar a situação? Quando não vemos ninguém a quem recorrer e realmente nos possa ajudar? Quando os nervos e os nossos fantasmas nos consomem de tal maneira, que já vamos começando a parecer apenas uma sombra daquilo que já fomos um dia, e lentamente vamos nos dando conta que nos estamos a tornar algo que sempre abominámos, que nunca achámos que ía acontecer connosco, que desdenhávamos ao vê-lo nos outros... Para alguns, a resposta é fácil, rápida , eficaz e letal. Para outros, vai passando por substâncias que não nos tiram do limbo, apenas o pintam de outra cor.
Há quem tente se agarrar às pequenas coisas boas que ainda vai tendo, mas a bola de neve acabará por as destruir também. No fundo, a única solução para os nossos males, encontra-se no mesmo sítio onde estes tiveram início...

Mais não tenho. Mais não tenho que a mim próprio.
Mais não posso contar. Mais não posso contar que com a minha fiel pessoa.
Mais não posso culpar que ao meu 'Eu'.
Em mais não posso confiar que em mim.
De mais não posso esperar do que de mim próprio.
Sozinho...
Nem em dois me posso desdobrar...
A água; a simples água que nem tem vida... Forma? Pelo menos três!
Pois...
E que lugar terão aqui as eloquências poéticas?
Não falemos no espírito e alma, sonho e imaginação...
Morto não as levo! Pois então vivo, não as quero.
Quero-me. A mim. Mesmo que não chegue...

Uma imponente Fénix que renasce das cinzas...