domingo, março 11, 2007

Pimbalhada

Já há uns anos para cá que vou acompanhando os Festivais da Eurovisão da Canção. Vou verificando a grande evolução dos demais países europeus, afastando-se e bem, do antigo classicismo, inovando com géneros pop, rock, etc.
As produções aumentaram, as músicas são mais modernas, o que decididamente contribui para o espectáculo e para uma maior adesão e abrangência de público. Ora, contrastando com isto, encontra-se a pequenês e mediocridade das apresentações portuguesas. Facto verificável pelas posições ocupadas de largos anos a esta parte, dos nossos representantes. Foram vários os formatos adoptados pela produção nacional deste espectáculo (possivelmente impostos por critérios internacionais), o nosso Festival da Canção; votação com júri, composto por ilustres da música portuguesa, e a relativamente recente votação efectuada pelo público. Ora, pergunto eu; será que ninguém mais vê o Festival da Eurovisão? Será que ninguém reparou nos lugares ocupados e na própria exclusão em certos anos, da representação portuguesa, devido à sua fraca pontuação? Será que ninguém se apercebe que isso se deve à enorme falta de qualidade das composições apresentadas? Dos artistas até nem nos podemos queixar, mas de que vale ter um Pavarotti a cantar, se aquilo que lhe sai da boca é uma cantarola de lavar roupa no rio?
O facto, é que continuamos a ser um país de Zé Povinho, e isso verifica-se na canção vencedora deste ano. Uma bela cançoneta para imigrante, para os bailes dos santos populares, para cassete de venda na feira do 23, para o intervalo de uma qualquer partida futebolística entre solteiros e casados. Uma fiel representante da música pimba, produzida pelo seu rei, o grande Emanuel... E acho que isso diz tudo...